FILME: Ouro Azul – Guerras pela água do mundo

Conheça o filme Ouro Azul – Guerras pela água do mundo

RESUMO

Esse filme não trata sobre salvar o ambiente, é um filme sobre como nos salvarmos a nós mesmos. Jim Olson, advogado Ambiental, fala sobre a excessiva extração de água, e como isso pode destruir a sustentabilidade e o ecossistemas. Quando procuramos por vidas, de todas as espécies, procuramos por água.

 Antigamente, os povos valorizavam muito a água, tanto que moldaram as suas vidas ao redor dela, e até à veneravam como um deus. Na civilização Maia, houve alterações climáticas, que secaram a maioria das fontes locais. Não havia água suficiente para a agricultura e florestas, por fim, as árvores acabaram morrendo. Os Maias rezavam por chuva, mas o que veio não foi o suficiente.

O que pode se ver nessa nova era, a água que é própria para a fonte de vida, ao invés de ser um bem comum para todos, serve para obtenção de lucro com a exploração e entrega às pessoas e comunidades. Os que podem pagar terão acesso à água, os que não podem ficarão sem ela. Maude Barlow, Diretora do Conselho dos Canadenses, fala sobre a crise da água, no Fórum Mundial das Águas na África do Sul. Relata que 97% da água da terra é salgada e apenas 3% de água doce, sendo boa parte dela poluída e imprópria para uso. A água doce está poluída por vários fatores, primeiro por que a agricultura utiliza químicos para aumentar a produtividade, o que polui a água do solo, os veículos poluem as nuvens e a indústria contribui também com a poluição.  Na fronteira entre Máxico e EUA, passa um rio totalmente contaminado, quem entrar nesse rio ficará contaminado e pode morrer. Todos os resíduos produzidos na cidade vão para o rio, inclusive lixos hospitalares, sendo que esse mesmo rio passa por plantações de alimentos, que depois são vendidos na cidade, ou seja, contaminados também. Isso tudo causa a cólera, que está matando mais crianças que outras doenças, ou até mesmo a guerra.

Extraímos mais água do solo do que a que pode ser restabelecida, 15 vezes mais do que a terra absorve. A forma correta de extração se dá da seguinte forma, extrair a quantidade que pode ser restabelecida pelo ambiente. As florestas que retinham água foram todas abatidas, a água não tem mais onde se armazenar.

Ao invés dos governos chegarem a um acordo para encontrarmos uma solução para a crise das águas, eles deram poder às grandes empresas de água. Muitos países tem praticamente toda sua água privatizada, a França tem empresas muito poderosas com o domínio da água. Essas empresas tornaram-se fortes por que os governantes estavam tratando a água como um bem econômico. Os bancos se aliaram com as empresas de água, e a condição era: Em troca de ajuda financeira, queremos que privatizem a água. Isso aconteceu com muitos países.

A privatização da água não é um problema só dos países em vias de desenvolvimento, mas sim de muitos outros. Os governantes decidiram firmar uma parceria com as empresas de água para proveito próprio, pois ganhavam muito dinheiro com isso, a corrupção era imensa.

No México a Coca-Cola tem toda a concessão da água. De qualquer forma, a água privatizada ou pública tem seus abusos, pois todos os lados querem ganhar alguma coisa. O abuso chega a tanto que em muitos lugares uma garrafa de água custa mais que uma garrafa de refrigerante, isso se dá por que a água é engarrafada em plásticos, e o refrigerante em garrafas de vidro, sendo que o custo das garrafas de plásticos é muito maior, inclusive os impostos.

As leis são insuficientes para proteger os recursos de água.

A dessalinização surgiu como uma alternativa, mas se dependermos disso podemos gerar mais problemas, pois para isso é necessária uma grande quantidade de combustíveis fósseis, e a queima desse combustível contribui para o aquecimento global, sendo assim, resolvemos um problema, mas criamos um novo. O custo para a dessalinização é muito alto, por isso inviável. Isso não será necessário se soubermos utilizar a água de modo consciente e responsável. Há grandes empresas construindo centrais de dessalinização, a maior delas é a GE. Com as empresas dominando a dessalinização, ficaram com as águas e como nossas vidas nas mãos.

A Nestle viu muito futuro com a exploração da água e começou a explorar os grandes lagos, e ganhou permissão para isso. Em 1892 o governo dos EUA decretou que os lagos pertenciam ao povo, e, portanto não poderiam ser explorados por empresas privadas. A Nestle ingressou com processo judicial, o Tribunal os ouviu e concedeu a permissão para extração de água, mesmo contra lei vigente.

Na África do Sul corre água nas torneiras uma vez por semana, mas não se sabe o dia e nem a hora, e por isso são obrigados a abrir as torneiras, e quando abrem só sai ar, mas mesmo assim os contadores contabilizam, ou seja, pagam da mesma forma. Sem dinheiro não podem comprar água, e recorrem aos córregos contaminados. Nas famílias, quem trabalha é a mesma pessoa que controla o consumo da água, e para isso existe uma chave de segurança, que só é usada para consumo essencial, então durante o dia as crianças ficam sem água. Isso levou a acidentes com fogo, e sem água para apagar, pessoas acabaram morrendo.

Os demais países exploram a África, e pagam muito pouco por seus produtos, dificultando o desenvolvimento e saneamento básico à população. Estamos em uma era de Guerra das Águas.

A Bolívia, o país mais pobre da América do Sul, passou por uma situação crítica a anos atrás, o Banco Mundial recusou garantir um empréstimo para financiar o programa  de investimento de uma cooperativa local de água, obrigando a Bolívia a vender seu sistema de água a uma empresa subsidiária da Bechtel. Em 2008 o preço da água passou a ser superior ao dos alimentos.

O povo se revoltou, pois as pessoas pagavam a água e deixavam de comer, formou-se então uma rebelião popular. O governo enviou o exército e a polícia para assegurar a segurança judicial e os lucros das empresas, tinham até proibido as pessoas de colher água da chuva. Assim iniciou-se uma guerra civil, onde muitas pessoas se feriram, muitas foram detidas e muitas morreram. O governo cedeu, e expulsou a Bechtel do país e disse, o Banco Mundial pode os acompanhar.

As áreas ricas em água no mundo são: Brasil, Canadá e Rússia. Esses países já tratam a água com a mesma importância da energia, e a futura segurança. Começam a entender que tem de assegurar futuras fontes de água. O Aquífero Guarani será uma grande fonte de água doce no futuro.  A Usina de Itaipú é um dos alvos do governo americano, com sua visão de exploração, não há dúvidas que essa região será no futuro o Médio Oriente da água.

Ainda não é tarde, a terra é elástica suficiente na forma como se recupera, a sua capacidade de se renovar é maravilhosa. Temos que fazer nossa parte, não consumir água industrializada, irrigar as plantas com águas das chuvas, tomar banho rápido, ter descargas com dois dispositivos, para utilizar menos água, e escovar os dentes com a torneira desligada, precisamos revitalizar e reconstruir os nossos lençóis freáticos. É preciso reaproveitar a água. A água não pode ser negada a ninguém, com base na incapacidade de pagar. A África montou uma campanha, dizer NÃO a comercialização dos nossos bens comuns.

Os outros países acabaram vendo que a privatização não é bom negócio, e retornaram a administração pública da água. O povo deve se tornar o guardião da água no século XXI.

ANÁLISE CRÍTICA:

Esse filme sobre a guerra mundial das águas demonstra a grande injustiça e crise sofrida pela população de várias partes do mundo. Quando nos deparamos com as histórias contadas, nos damos conta de que algo muito ruim pode acontecer com as gerações futuras, pois só o que vemos são empresas do ramo imobiliário cada vez mais levantando prédios, condomínios e casas enormes, sem deixar solo suficiente para que a água possa ficar no solo e abastecer os lençóis freáticos. Essa substituição do solo por pavimentações, cada vez mais prejudica o meio ambiente e impossibilita que o sistema se renove. Precisamos nos mexer logo, tomarmos uma atitude, mudar nossos hábitos, aproveitar a água da chuva, respeitar o espaço natural, deixar terra suficiente para drenagem das águas das chuvas, manter a vegetação viva, conservar as árvores e florestas para que o meio ambiente possa se manter e fazer a sua parte de forma natural, e da sua maneira.

Temos que parar de achar que podemos colocar a mão em tudo, devemos respeitar as propriedades naturais, é preciso pensar que a natureza vai se manifestar de forma adversa e a população é que vai sofrer com isso. Essa crise global da água, que em muitos países já ocorre a anos, com certeza irá atingir a todos, se não nos conscientizarmos e mudarmos nossos hábitos e atitudes. É difícil pensar que esse "bem comum", do qual todos têm direito, seja explorado por empresas privadas que ganham dinheiro em cima disso, que vendem por preços exorbitantes e ainda, que há juízes que autorizam essa exploração de forma legal.

Mesmo que o Brasil seja considerado um dos países mais riso em água doce, e que ainda não entramos nessa crise que podemos ver nos países citados no documentário, é preciso acordar e prevenir que essas fontes naturais não se acabem. Ou só vamos acordar quando ficarmos sem água? É preciso pensar em um sistema renovável.

 [video:https://youtu.be/9eUXZBwpuSo]

Fonte: www.artigonal.com

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