Concentração de ferro no mar de Regência aumentou 20 vezes, aponta pesquisa da Ufes

Quase 60% das espécies de fitoplâncton desapareceram do mar, no Norte do Espírito Santo, após a chegada da lama de rejeitos de minério da Samarco na região

Quase 60% das espécies de fitoplâncton desapareceram do mar de Regência, Norte do Espírito Santo, após a chegada da lama de rejeitos de minério da Samarco, de acordo pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A análise do mar, realizada no final do ano passado, identificou a presença de ferro, manganês, cromo e alumínio na água.

O estudo apontou que a concentração de ferro no mar aumento 20 vezes. Com isso, a diversidade marítima da região está diminuindo. Antes da chegada da lama, cerca de 60 espécies de fitoplâncton eram encontradas nas região, recentemente, esse número não passa de 25.

Todas essas informações serão apresentadas ao Ibama, na manhã desta terça-feira (15), durante um workshop. No evento, pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul também vão apresentar o resultado da análise de contaminação de peixes e crustáceos da região.

Fase crônica

De acordo com o coordenador de Estudos do Meio Marinho para o Impacto da Lama do Rio Doce e professor da Ufes, Alex Bastos, durante a chegada da lama de rejeitos, o mar de Regência estava na fase aguda da contaminação, agora, o mar passa pela fase crônica, quando o nível de metais pesados diminuiu, mas tende a permanecer assim por um longo período.

“O que observamos preliminarmente é que o momento agudo do impacto passou, os teores de metais diminuíram e a produção de clorofila voltou a uma condição não tão absurda como estava antes. Entendemos que essa é a fase do impacto crônico, que seria um novo estabelecimento no sistema marinho na região do Rio Doce, no mar de Regência”, contou à Rádio CBN Vitória.

Recuperação

O coordenador da pesquisa explica que ainda é cedo para saber quando o mar de Regência será totalmente recuperado. Bastos destacou que os estudos precisam continuar por, no mínimo, um ano para que seja feito um raio x do ecossistema.

“Temos que ter certeza, passado um ano, por exemplo, onde teremos variações de temperatura, chuva, hidrologia do rio, tirando todas essas variáveis do sistema, como o ecossistema se comportou a partir de uma nova realidade em termos de metais, nutrientes, características da lama e maior aporte de sedimento”, explicou. Durante o workshop será definido quais serão os próximos passos da pesquisa.

Mar de Regência, na foz do Rio Doce, foi tingido pela cor da lama de rejeitos – Foto: Fernando Madeira

Fonte: CBN Vitória (93,5 FM)

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