Alternativas para reuso e aproveitamento da água é destaque no XI SESMA

A preocupação é grande sobre a escassez de água no Espírito Santo e muito tem se discutido sobre o gerenciamento de recursos hídricos e energéticos. Na medida em que há um crescimento populacional e industrial, cresce também a demanda por água, o que acaba restringindo as suas fontes, além do aumento de áreas contaminadas. Com isto, cada vez mais procura-se recorrer às técnicas para conseguir diminuir o gasto e consumo, como, por exemplo, o reuso e reaproveitamento de água de chuva para fins não potáveis.

Na XI edição do SESMA – Seminário Estadual sobre Saneamento e Meio Ambiente, a proposta será justamente de proporcionar um ambiente de debate sobre as alternativas para a conservação de água para a segurança hídrica e energética. O desafio atual é a gestão sustentável do suprimento e da demanda de água, para que as gerações atuais consigam suprir as suas necessidades sem comprometer a possibilidade das futuras gerações também fazerem uso.

No SESMA deste ano o tema será “Água: Desafios Atuais e Futuros, Nanotecnologia e Membranas Filtrantes”, e a presidente da ABES/ES, Nadja Gorza, explica que o evento apresentará as experiências desenvolvidas sobre essas tecnologias. “O XI SESMA irá abordar o recente desenvolvimento da nanotecnologia com aplicação em tratamento de água e de águas residuais, além de apresentar os estudos de caso de sucesso na aplicação da tecnologia de filtração em membranas”, afirma.

No contexto atual de crise hídrica e energética, o qual o país tem passado, o engenheiro e professor do Departamento de Engenharia Ambiental do Centro Tecnológico – DEA-CT, da UFES,  Ricardo Franci, destaca a importância do SESMA. “O evento tem o caráter de ser um fórum para discussão sobre as alternativas viáveis para o gerenciamento e tratamento de água, assim como a atualização sobre as tecnologias que tem sido aplicadas”, diz.

O Dr. José Carlos Mierzwa, da Universidade de São Paulo – USP, explica que um dos grandes desafios para o futuro estão associados à impossibilidade do tratamento da água para o abastecimento. “Seja pelos problemas associados à contaminação dos mananciais pelo lançamento de esgotos, ou pelo fato das tecnologias convencionais não terem a capacidade de eliminar contaminantes específicos, como produtos de higiene pessoal e fármacos, entre outros, além de micro-organismos específicos”, afirma. Desta forma, Mierzwa ainda ressalta que “o evento é de grande relevância, principalmente quando se considera a crise hídrica vivenciada nos últimos anos. Além disto, é importante destacar a necessidade de disseminação de informações sobre as inovações no setor de saneamento, o que amplia as oportunidades para empresas e profissionais que atuam no setor”.

 

 

I Workshop Internacional de Biorremediação de Áreas Contaminadas

 

Pela primeira vez no Espírito Santo será realizado um espaço para o debate sobre os estudos desenvolvidos a respeito da biorremediação e áreas contaminadas. O evento tem a parceria da ABES/ES e é promovido pelo Departamento de Engenharia Ambiental do Centro Tecnológico – DEA-CT, da UFES. Sua proposta é trazer para o Estado diversos estudos de caso internacionais sobre o tema e suas possíveis inserções no Espírito Santo.

A presidente da ABES/ES, Nadja Lima Gorza, destaca que a associação possui grande responsabilidade em promover eventos que visam à capacitação dos profissionais. “A ABES tem como missão ser propulsora de atividades técnico-científicas, político-institucionais e de gestão que contribuam para o desenvolvimento do saneamento, o que vai de encontro aos objetivos do DEA-CT, da UFES, que é formar profissionais capacitados a absorver e desenvolver novas tecnologias. Isto estimula a atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, capaz de fazer frente ao grande déficit de saneamento básico então existente”.

Nadja Gorza ainda reforça que a parceria com a UFES já apresenta resultados positivos e há pretensão em permanecer com a união. “Certamente que iremos continuar com essa parceria, o aprofundamento dos conhecimentos na área de Saneamento Ambiental é fundamental para o desenvolvimento do Saneamento no país. E a parceria ABES versus DEA-CT, da UFES, tem logrado êxito no cumprimento desse objetivo”, garante.

A intenção do I Workshop Internacional é oferecer soluções para os problemas que são recorrentes. E apesar da biorremediação ser um método confiável e atrativo para o tratamento de solos e de cursos de água contaminadas, não há muita experiência no Estado, como afirma Ricardo Franci. “No Espírito Santo nós não temos uma experiência de longo prazo consistente e, por isso, resolvemos trazer esse evento para o Estado”, diz.

Além disso, Ricardo Franci também ressalta que no Estado, por exemplo, a utilização da biorremedição contribuirá para a descontaminação do solo, em que tem sido uma das preocupações na região. “No Estado o foco principal está relacionado com a indústria do petróleo, com a produção de celulose e a atividade mineradora”, afirma.

A biorremediação faz uso de organismos vivos para restauração de ambientes poluídos. Geralmente são processos que empregam microrganismos ou suas enzimas para degradar compostos poluentes. Na biorremediação utilizam-se microrganismos, fungos, plantas verdes ou suas enzimas para que o ambiente contaminado retorne a sua condição original. Pode ser empregada para atacar contaminantes específicos do solo, tais como a degradação de hidrocarbonetos clorados pelas bactérias.    

De acordo com Ricardo Franci, a biorremediação, por utilizar processos biológicos, tem baixo custo, além de ser um recurso bastante explorado. “Ela é objeto de muitas pesquisas e resolve o problema usando processos biológicos, que são mais baratos e mais sustentáveis”, diz.

A biorremediação é um processo eficiente e seguro no que diz respeito à descontaminação do solo, já que os microrganismos como bactérias, fungos filamentosos e leveduras são capazes de transformar compostos contaminantes em substâncias com pouca ou nenhuma toxicidade. Para a realização deste processo, o papel dos nutrientes é fundamental, como destaca Ricardo Franci sobre a sua apresentação no Painel 3 do evento, com o tema “Aporte de Nutrientes do Saneamento para a Biorremediação de Solos Contaminados”.

“Biorremediar significa resolver um problema de contaminação utilizando processos biológicos. E se tratando de processos biológicos, os microrganismos precisam de nutrientes para reproduzirem e fazerem o trabalho. A minha intervenção vai ser no sentido de como obter os nutrientes necessários nas atividades de saneamento, os nutrientes necessários para a biorremediação e também como obtemos das atividades de saneamento, como tratamento de esgoto”, declara.

Jornalista: Amanda Silveira

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